Elairdias’s Blog

novembro 2, 2010

DESIGUALDADES RACIAIS NO BRASIL

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Desigualdades raciais no Brasil

fevereiro 3, 2009

1918 – 2009… A História continua.

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SISTEMA BATISTA MINEIRO DE EDUCAÇÃO | COLÉGIO BATISTA MINEIRO

Ao combate o dever já nos chama;

Paladinos do livro e da cruz.

Vamos, pois, com o peito em chama,

Á conquista do Reino da Luz!

O nosso Colégio Batista

tem no seio feros glórias mil.

E há, de certo, levá-las um dia

aos recantos de todo o Brasil!

 

Em nossa alma levamos acessa

uma estrela do céu, o farol.

A mais bela de suma grandeza,

cujo brilho é mais lindo que o sol!

 

É a ciência, é a fé, é a glória,

companheiros de luta sem fim.

Quando em rumo, tendentes à vitória,

retinir o celeste clarim!

 

(Hino do CBM – Alma Mater –

Letra: Rafael Gióia Junior)

 

A República Brasileira a caminho dos seus 120 (cento e vinte) anos de instauração comporta algumas instituições de ensino também seculares e outras a caminho do seu 1º (primeiro) centenário.

O próprio tempo testemunha a favor delas.

Mas o tempo pode ser, paradoxalmente, uma grande argumentação de defesa elogios e louros ou de acomodação, arrogância e falácias.

Gigantescos são os desafios dos desmandos a serem corrigidos na educação brasileira, que preferimos ao que se propõe este documento, confiar que entre as seculares ou quase centenárias instituições educacionais brasileiras, predominam aquelas que balizam seus compromissos nos nobres e significativos valores da informação e formação humanas.

A trajetória histórica do Colégio Batista Mineiro deve ser reconhecida no processo de construção da nossa República, processo histórico este ancorado em escolas comprometidas com a formação das gerações de brasileiros marcados pela aquisição dos saberes e dos méritos indispensáveis para uma sociedade harmônica, justa, trabalhadora, participativa e visionária.

No ano de 1918 em Belo Horizonte nascia uma Escola.

O Colégio Baptista Americano Mineiro foi inaugurado com 13 alunos, sob a invocação das bênçãos de Deus, mediado pelo casal de missionários norte-americanos no Brasil o Dr. Ottis P. Maddox e Senhora Efhigênia Maddox, para ser uma Escola segundo a vontade de Deus, isto é, viver a História da humanidade sem necessariamente conformar-se com ela, ao contrário contribuir para aperfeiçoá-la. Teologicamente a história de Deus (“o alfa e o ômega”) é a fonte maior para a História Ciência ou ainda, o que se pode aprender e analisar com as vertentes da historiografia universal é, teologicamente, a partir da história de Deus.

Nas escolas brasileiras, as aulas normalmente começavam em 15 de abril e terminavam em 15 de dezembro. O curso ginasial durava seis anos e as aulas eram em português, literatura, francês, inglês, alemão, latim, grego, história do Brasil, história natural, física, química, lógica, desenho, geometria e álgebra.

Estudar em bons colégios era privilégio de poucos.

Assim como a maioria das escolas americanas no Brasil, o Colégio Batista Mineiro surgiu através de iniciativas particulares. O casal Maddox e H. E. Cockell, pastor da Primeira Batista de Belo Horizonte, foram os grandes incentivadores do projeto.

D. Efigênia, professora por vocação, assim que chegou a Belo Horizonte, começou a ministrar aulas em sua própria casa para os filhos e outras crianças. No total, oito pessoas recebiam ensino informal na casa dos Maddox.

Na época, as escolas públicas de Belo Horizonte eram poucas.

Os filhos de cristãos não católicos sentiam-se constrangidos em participar das práticas do catolicismo manifestas nos colégios, e em não poderem expressar livremente suas convicções religiosas.

De acordo com a ata de abertura da instituição, ela foi fundada para atender os filhos dos batistas, mas estava aberta aos pais que desejassem confiar a ela a educação de seus filhos, independente do credo religioso, da raça, da cor e das condições financeiras.

No início de 1918, começaram os preparativos para a Escola Baptista em Bello Horizonte. No dia 1º de março, no salão de cultos da Primeira Igreja Batista, na Rua Tupinambás, 527, a nova escola começou suas atividades oferecendo aos seus alunos o curso primário. Os diretores eram D. Efigênia e o Dr. Maddox.

A ata de inauguração registra que a escola começou a funcionar com 13 alunos.

Naquele mesmo ano, no mês de julho, foi organizada a Convenção Batista Mineira, que trouxe como um de seus temas para aprovação a ampliação das séries até o ensino ginasial. Para que decisão da Assembléia pudesse vigorar, a escola precisaria de mais salas e um pátio para o recreio.

Foi difícil para o Dr. Maddox cumprir a determinação da Convenção. O Colégio ainda não dispunha de verbas para a compra de uma propriedade e ele teve problemas para alugar uma casa que atendesse as necessidades da escola que crescia.

A principal dificuldade era que ninguém queria alugar imóveis para os “protestantes”.

O imóvel que interessava ao Colégio Batista seria vendido em leilão. Ficava no bairro Floresta, na avenida (hoje, rua) Pouso Alegre, 602, e pertencia a família do falecido senador Sabino Barroso.

Imediatamente enviaram um cabograma para a Junta de Richmond, nos Estados Unidos, pedindo o dinheiro para concorrer à compra do imóvel. A resposta foi negativa.

Próximo à data marcada para o leilão, um novo cabograma foi enviado e, desta vez, a resposta veio positiva. O dinheiro estaria à disposição no Rio de Janeiro.

No dia marcado para o leilão, quatro de dezembro de 1920, tudo foi preparado e em oito de fevereiro de 1921, o Batista foi transferido para o Palacete Sabino Barroso. Seu nome mudou para Collegio Baptista Americano Mineiro. Com as novas instalações a Instituição oferecia agora internato masculino e feminino e ensino do jardim de infância ao terceiro ano ginasial.

O Jornal de Minas de quatro de fevereiro fez menção do novo estabelecimento de ensino, e acrescenta que no Colégio “não serão admitidas pessoas rebeldes ou indisciplinadas”.

Em um salão simples, de chão de cimento, funcionava a Primeira Igreja Batista de Belo Horizonte. Antes de o culto começar, um homem entrou no templo, sentou-se no banco e logo D. Efigênia veio cumprimentá-lo.

Ele contou que era viúvo, tinha um casal de filhos e estava com dificuldades para criar as crianças que moravam com uma tia. Sem pensar duas vezes, D. Efigênia ofereceu-lhe a oportunidade de colocar os filhos para estudarem de graça no Colégio.

Artêmia de Paoli Rodrigues era a filha daquele homem e teve a oportunidade de estudar no Colégio também na nova sede, vindo depois a trabalhar no Batista.

Experiências de ensino e de vida como essas também explicam a ajudam as pessoas a entenderem o que ser uma escola segundo a vontade de Deus.

Depois de 30 anos de idade, Belo Horizonte tinha uma área 21 vezes maior do que a projetada inicialmente. Nos lugares mais distantes, a densidade demográfica era baixa e cerca de metade da população de aproximadamente 95 mil habitantes não dispunha de serviço médico, recreação e, principalmente, educação.

A falta de escolas era a oportunidade ideal para os batistas oferecerem ensino e penetrarem na fechada sociedade mineira, tentando remover os preconceitos existentes contra os “protestantes”.

As aulas eram ministradas de 8h às 16h, com um intervalo de 1h30min para o almoço. As atuais Atividades Cívicas Culturais (ACC) ou Assembléias tinham o nome de Abertura e aconteciam diariamente.

Nos primeiros anos da nova sede, os internatos masculinos e femininos funcionaram em casas alugadas, na mesma Rua do Palacete. Cada um deles podia abrigar 50 alunos.

O Pastor, Educador e Doutor em Artes F.A.R. Morgan era o diretor nesta época.

O Pastor Morgan deixou a direção do Batista por problemas de saúde.

Depois que Morgan deixou o Colégio Batista, a escola passou por um período difícil de várias trocas de diretores.

Várias circunstâncias provocaram essas substituições, como, por exemplo, viagens aos Estados Unidos, enfermidades dos diretores e de seus familiares. Foi um período difícil, mas a partir de 1929 o número de alunos começou a crescer ano a ano.

Havia ainda um grande desafio pela frente: a regulamentação do curso ginasial, que não era reconhecido pelo governo. O maior problema para a oficialização estava nas instalações.

A tarefa de continuar lutando pela legalização prosseguiu. Dr. Allen assumiu a direção, planejou e começou a executar a construção do internato masculino na Rua Ponte Nova, 555, esquina com Varginha, no alto da propriedade da Escola.

Com o retorno de Dona Efigênia à direção, o prédio foi terminado e inaugurado em fevereiro de 1935. Neste mesmo ano o Batista conseguiu a inspeção provisória do curso ginasial, depois da construção de uma área coberta para esportes, laboratórios, auditório e mais salas de aulas.

O Colégio poderia dar, agora, tranqüilidade às famílias e aos estudantes. Eles não precisariam mais fazer provas nas escolas oficiais para terem a equivalência do ginásio. O número de matriculados chegou a 165 alunos.

Mas, o reconhecimento era provisório e os lanos de expansão precisavam prosseguir. Em 1939, foi escolhido para a direção do Colégio o primeiro brasileiro: Doutor Alberto Mazoni de Andrade, engenheiro e professor da Escola de Minas de Ouro Preto, onde lecionava Matemática desde 1934.

Em 1939 um total de 16 alunos participou da primeira formatura depois da regulamentação do curso ginasial. O professor Mazoni tinha objetivos claros para a instituição: lutar para transformá-la na melhor escola da capital mineira. Para isso, pretendia aperfeiçoar o corpo docente, manter o rigor no ensino e na disciplina interna. Outra providência que precisava ser tomada era o reconhecimento do segundo ciclo e a inspeção permanente.

O Diretor Mazoni contratou novos professores, exigiu mais dos alunos e sob cuidadoso critério garantiu bolsas de estudo aos alunos realmente carentes.

Na região alta da Floresta o Colégio Batista se destacava, conforme inspiração na redação de uma aluna e muito bem exaltada no livro do professor Armindo de Oliveira “uma estrela que brilha na Floresta”.

O Batista continuava crescendo, mas a estrutura para receber novos alunos não conseguia acompanhar o mesmo ritmo. Para o reconhecimento definitivo, precisava também de novas instalações.

Preparando-se para a construção de novos prédios, a Junta Administrativa do Colégio Batista Mineiro aprovou a venda de 40 lotes, situados entre as ruas Ponte Nova e Pouso Alegre.

Mas em 1942 veio um grande golpe. Com a reforma no ensino, encaminhada pelo ministro Gustavo Capanema, as classes não poderiam mais ser mistas.

Para o Batista a situação era bastante complicada.

Uma carta ao ministro foi escrita pelo professor Alberto Mazoni solicitando a autorização para funcionar com classes mistas, alegando uma série de dificuldades que a escola enfrentaria se tivesse que modificar sua estrutura.

Alberto Mazoni de Andrade permaneceu no cargo de diretor até 1944, quando o transferiu para a sua esposa D. Ida Moratti Andrade. Teve que decidir entre o Colégio e o funcionalismo público, por lei, não podia continuar exercendo as duas funções.

Dr. Arnaldo e D. Edna Harrington foram convidados por Ottis P. Maddox, em 1934, para trabalharem no Batista, vindo posteriormente a aceitar a sucessão na Direção.

De acordo com o Dr. Arnaldo, a razão para a existência do Colégio Batista Mineiro deveria ser a vida espiritual dos alunos. Para ele, de nada adiantaria uma escola ter um excelente ensino sem se preocupar com o ambiente moral e espiritual adequado.

Finalmente, em nove de abril de 1946, depois de toda a batalha de Mazoni e de seus antecessores, o Colégio conseguiu o reconhecimento definitivo de seu curso ginasial. O decreto foi assinado pelo então Presidente da República o Senhor Getúlio Dornelles Vargas, e as portas começaram a se abrir também para a oficialização dos cursos científicos e clássico, que aconteceria em 1951.

O internato feminino ficou pequeno e era preciso construir um prédio maior. O lugar escolhido foi o alto do bairro Floresta, na Rua Ponte Nova número 443. Mais uma vez, a situação financeira estava difícil. Era um novo desafio.

Outra vez os lotes do Colégio serviram como recurso para a ampliação. Alguns foram trocados por material de construção e a obra não sofreu nenhum atraso. O novo prédio superava todas as outras construções da região.

Em março de 1950, o internato feminino foi inaugurado com um grande culto de ação de graças e dedicação, sendo o professor Mazoni o seu orador oficial. O terreno, à sua frente, anos mais tarde, seria doado à Prefeitura para a construção da Praça Alberto Mazoni, em sua homenagem.

Em 21 de julho de 1961, a Junta Administrativa do Colégio Batista Mineiro aprovou o nome do professor Armindo de Oliveira Silva, diretor do curso científico, para o cargo de vice-reitor.

Os relatórios indicam que mais de 10 alunos foram aprovados nos vestibulares em Belo Horizonte, dos 35 matriculados naquele ano.

“Sem dúvida o Colégio Batista Mineiro se impôs e está se impondo no conceito da sociedade de Minas, pela qualidade de ensino”, declarou o Dr. Arnaldo em 1962.

Na década seguinte, a instituição se transformaria no maior Colégio de Minas Gerais e na segunda maior Escola Batista do mundo, levando exemplo, qualidade e o compromisso com o conhecimento, com a cultura e com o caráter cristão às cidades de Ouro Branco, Betim, Uberlândia e Nova Contagem através de unidades de ensino construídas e oficialmente autorizadas e reconhecidas.

 

 

Professor Elair Sanches Dias

Belo Horizonte, 05 de abril de 2007.

 

Bibliografia:

 

BH 100 anos: Nossa História. Belo Horizonte: Estado de Minas, 1997.

Belo Horizonte & Comércio: 100 Anos de História. Belo Horizonte; Fundação João

Pinheiro, 1997

HARRINGTON, J.A. Pequeno Histórico do Colégio Batista Mineiro: 1918-1968. Belo

Horizonte: Colégio Batista Mineiro, 1968.

O Colégio Batista Mineiro: 40º Aniversário – 1918-1958. Belo Horizonte: Colégio Batista

Mineiro, 1958.

Omnibus: Uma história dos Transportes Coletivos em Belo Horizonte. Belo Horizonte:

Fundação João Pinheiro, 1996.

RANGEL, Herval S. História da Denominação Baptista em Minas Gerais. Belo Horizonte.

Convenção Batista Mineira.

SILVA, Armindo de Oliveira Silva. Pequeno Histórico do Colégio Batista Mineiro: 1966-

1987. Belo Horizonte: Colégio Batista Mineiro, 1987.

SILVA, Armindo de Oliveira Silva. Uma Estrela que brilha na Floresta – memórias de um

educador batista.Belo Horizonte: Colégio Batista Mineiro, 2002.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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